Destaques

28 de dezembro de 2011

Pin-ups nas Subculturas: rockabilly, psychobilly, horrorpunk, gothabilly, punk e heavy metal

O "estilo pin-up" é associado à estética Vintage/Retrô que vai dos anos 1920 a 1950. A partir da década de 1960 as pin-ups, modelos em poses sensuais, passam por uma decadência, mas nunca deixaram de ser referência visual tanto no mainstream quanto nas subculturas. 

Ser uma pin-up moderna é tanto uma questão de atitude e comportamento quanto de roupas/moda. Os anos 1950 foram uma época conservadora, onde o status máximo de uma mulher era ser dona de casa cândida, perfeita, vestida em roupas que exalavam fragilidade. As pin-ups da época, representavam as mulheres ousadas, que lidavam abertamente com sua sensualidade, eram atrevidas, às vezes até "feministas" e fugiam dos padrões de comportamento que uma moça deveria ter.

Outro tipo de pin-up moderna são as modelos alternativas que fazem trabalho fotográfico sensual, como por exemplo Dita von Teese, que amenizou seu estilo ao se tornar mainstream e é uma das responsáveis pela proliferação da errônea ideia de que pin-up se resume somente à um estilo de roupas e à uma mulher glamourosa. As pessoas se esquecem que antes de tudo, Dita é uma artista que trabalha com o retrô e pin-ups são mais do que uma roupa, mas sim, um estilo de vida.

Mas e a  tal "franja pin-up"(uma franja curta, virada pra dentro e de pontas arredondadas)? Bom, neste caso, a franja pode sim ser chamada de "franja pin-up" porque a pessoa que a popularizou foi realmente uma pin-up: Bettie Page. Mas a franja curtinha já era usada pelas modelos e adolescentes da década de 1950.


Nas subculturas rockabilly, psychobilly, horrorpunk e gothabilly, por exemplo, as garotas usam a estética retrô das pin-ups em seu visual e comportamento. Estas subculturas desconstroem a ideia de que ser pin-up se restringe a ter glamour e elegância e focam em atitude e emancipação feminina.


A tendência retrô invadiu e trouxe variedade de estilo para a moda gótica e resgata mais especificamente as das décadas de 1940 e 1950. O estilo pode ser Gothabilly, "retrô goth" (termo que foi cunhado no Brasil pela Erika, do blog Black Baroque) ou o que chamo de "dark pinu-up", que tem pitadas de filmes de terror.

 

As modelos alternativas profissionais que fazem fotos sensuais ao estilo pin-up, foram as principais disseminadoras da tendência, elas fotografam para lojas, catálogos e revistas e seus trabalhos acabam se espalhando no cenário alternativo. Recentemente postei sobre o livro The Modern Pin-up, que é uma coleção de fotos de modelos alternativas em poses sensuais, perfeitas pra virarem pôsteres ou calendários.

  • Mas e a subcultura punk e heavy metal, tem pin-ups?
Curiosamente, estas são as subculturas que mais tem mulheres fortes, ousadas, sensualmente liberadas e algumas feministas, perfeitas pra encarnarem a estética! Do rockabilly ao punkhardcore meninas em estilo retrô pin-up são muito bem aceitas.

 

A vocalista da banda de rock alternativo Paramore, Hayley Williams, uma garota de bastante atitude, usou o visual retrô num evento de 2011.


  • E no heavy metal?
Cada vez é mais comum encontrar moças ao estilo retrô nesse cenário. Talvez por ser uma subcultura bastante machista as headbangers sempre optam por um visual mais masculino e agressivo, mas com a conscientização sobre feminismo e empoderamento feminino este cenário tem mudado.

Como indica Helena, do blog Aliena Gratia: neste momento (ano de 2011) as maiores referências à pin-ups na subcultura Heavy Metal, estão no Metalcore, uma fusão de metal com punk hardcore. E duas vocalistas que flertam com o estilo são Maria Brink (In This Moment) que faz a linha mais sensual, usa peças bastante femininas e coloridas, considerando que ela toca numa banda de metal, isso é um contraste e tanto!


Candace Kucsulain (Walls of Jericho), usa o estilo retrô com menos frequência, mas sua atitude super feminista dá à ela ares de verdadeira pin-up do Metal.

 


E você, tem mais indicações de pin-ups fora da subcultura retrô?




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Artigo das autoras do Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É proibido também a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). É permitido usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, para isso precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Compartilhar e linkar é permitido, sendo formas justas de reconhecer nosso trabalho. As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.

24 de dezembro de 2011

A história das Pin-ups!

Engana-se quem pensa que as Pin-ups se resumem às décadas de 40 e 50. As garotas de cartazes existem pelo menos desde o fim da Era Vitoriana e ilustraram pôsteres da Belle Époque e Era Eduardiana


*Atenção: o texto a seguir é resultado de uma pesquisa autoral inédita em português até o momento de sua publicação em 2011. Devido à recorrentes plágios e uso do conteúdo sem citação da fonte, esse aviso se fez necessário: ao fazer uso desta pesquisa, a recomendação é linkar este artigo do blog como fonte consultada para evitar problemas com os direitos autorais.


O termo "Pin-up" foi documentado pela primeira vez em 1941, mas já era usado, ao que se sabe, pelo menos desde 1890. O termo se refere a desenhos, pinturas, ilustrações e fotos de moças sexualmente atraentes em poses sensuais. Estas imagens eram reproduzidas em revistas, jornais, cartões postais, calendários, publicidades diversas etc, e visavam ser “penduradas” (em inglês, “pin-up”) em paredes. Elas também podem ser chamadas de cheesecake, termo deriva de uma determinada escola de arte usada nos últimos 100 anos onde o foco é a garota atraente e o fundo da foto pouco importa. O equivalente masculino é "beefcake".

No último trimestre do século XIX, a moralidade vitoriana começou a enfraquecer e pôsteres e cartazes com moças atraentes se tornaram bastante populares. O homem que pode ter inventado esse tipo de cartaz foi o artista parisiense Jules Chéret.

 

É difícil definir a origem das revistas Pin-up. As "Gibson Girl", de Charles Dana Gibson , embora não sejam consideradas de fato pin-ups, prenunciam as características do gênero, pois eram a personificação da ideal beleza americana, além de terem suas próprias histórias satíricas, foram tão populares que ilustravam temperos, cinzeiros, toalha de mesa, sombrinhas e etc do final do século XIX.

 

Outro possível criador das revistas pin-up é o francês Raphael Kirchner, seu trabalho trazia mulheres nuas ou em poses provocativas.


Lá por 1890 a maioria dos artistas parisienses estavam fazendo cartazes, talvez o mais famoso de todos seja Toulouse-Lautrec, que inclusive fez o primeiro poster do Moulin Rouge.
 

Em 1894, a art noveau também tinha seus pôsteres sensuais.


Uma das mais famosas imagens Pin-up do começo do século XX, é a September Morning de 1912.

A grande "era das pin ups" foi entre os anos 30 e 50, época de artistas como George Petty, Alberto Vargas, Zoë Mozert, Earl Moran e Gil Elvgren.
 

Earl MacPherson fazia fotografia de modelos como referência ao seu trabalho de arte, algumas dessas fotos foram publicadas e durante os anos 40 e 50, as fotografias ao estilo pin up estiveram no auge. As modelos eram as típicas "vizinhas perfeitas" ou artistas de cinema, entre elas Marilyn Monroe cuja sessão fotográfica dela nua em um fundo de veludo vermelho estampou os primórdios da revista Playboy. Mas a modelo pin-up mais fotogafada dos anos 50 foi Bettie Page.

Atualmente, a idéia primordial de pin-ups como ilustração sensual está principalmente nos gibis. Citando apenas três  super heroínas bem populares: Vampirella, Ghost e  Lady Death, são sensuais, flertam com o observador e se vestem com roupas de apelo erótico.


Uma das tendências de moda alternativa que mais tem dado certo nos últimos anos é a estética Vintage/Retrô dos anos 40 e 50, com isso as figuras das pin-ups da época viram referência visual. Até a moda gótica se rendeu ao tema que sempre foi característico das garotas do rockabilly, psychobilly e agora do gothabilly, isso é o que veremos na próxima postagem.


Artigo das autoras do Moda de Subculturas. Para usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, linke o artigo do blog como respeito ao direito autoral do nosso trabalho. Tentamos trazer o máximo de informações para os leitores até a presente data da publicação. Todas as montagens de imagens foram feitas por nós.
 

23 de dezembro de 2011

20 Anos da Loja Alemã X-Tra-X

Não posso deixar o ano acabar sem fazer uma postagem dos 20 anos da maior e mais famosa loja de moda alternativa da Alemanha: a x-tra-x! A loja é uma das maiores de moda alternativa do mundo em termos de variedade de peças.

A loja abriu em 1991 e em 1992, já fazia grande sucesso; em 1993, criaram seu primeiro catálogo que seria feito todos os anos e a partir de então, abriram filiais em outras cidades alemãs. Em 1997, quando ainda mal havia uma moda alternativa de fato no Brasil, seu catálogo já tinha 200 páginas e atingiu 370 páginas em 2004! Em 1998, a loja virtual é criada e desde então, a loja se tornou mais e mais conhecida e mais copiada. Atualmente patrocina bandas, todo ano tem um stand no WGT e revende as mais variadas marcas alternativas além da marca própria. 

Durante este ano inteiro, eles forneceram o catálogo comemorativo de aniversário, e fizeram também um catálogo versão Deluxe, com capa dura, formato de livro, lindíssimo, feito para guardar a vida inteira, vendido por 10 euros. Além desse catálogo comemorativo, eles também tem mini catálogos mensais e cards para distribuir aos clientes.
A foto abaixo é dos meus catálogos e cards da marca.


Seguem algumas páginas do catálogo, que tem 212 páginas, pra mostrar pra vocês o tamanho da profissionalização da marca. E o quanto o emprego das modelos corretas para as sessões de fotos, assim como um bom styling (montagem dos looks), são fundamentais para atrair e provocar desejo de consumo nos clientes. Como já trabalhei com catálogos, percebo que quem fez o trabalho entende de como funcionam as coisas na área de Moda.
Também é obviamente notável a variedade de estilos de moda disponíveis para compra. Farei pequenos comentários antes de cada imagem:
 
O catálogo tem em torno de 10 páginas apenas com camisetas básicas (1º imagem). Isso não é estranho pra mim, a venda de peças mais básicas é o que paga as contas de muitas empresas, por serem mais baratas, tem venda garantida o ano inteiro justamente por serem peças combináveis com tudo. Na 2º, 3º e 4º imagens uma amostra da darkwear do catálogo com blusinhas em estilos diversos, corselets, saias variadas.

Atualmente, a mais forte tendência na moda alternativa, é o estilo retrô anos 40 e 50. As páginas abaixo ilustram bem a referência pin up e vestidos/saias que remetem ao estilo New Look Dior de  1947 e ao rockabilly dos anos 50.
 

Abaixo: militarismo dos anos 40 e estilo Steampunk.
 

Um pouco de cor como alternativa ao preto; cyber e um pouco mais de darkwear feminino e iniciando o catálogo no segmento masculino com a elegância de casaca cinza em risca de giz.

Na moda masculina também há várias paginas dedicadas apenas à camisetas e camisas básicas, assim como muita variedade de calças e de saias.

O estilo Diretório, cheio de golas ao estilo jabô, divide espaço com o estilo dândi vitoriano e o estilo steampunk.

Como na moda alternativa feminina: muito militarismo anos 40 e referência aos rockers dos anos 50 no estilo retrô masculino.

Há muitas mais páginas de moda masculina, feminina, infantil, acessórios, calçados... Uma amostra de como a moda alternativa está cada vez mais variada em estilos no exterior, já que está cada vez mais profissionalizada e existe desde praticamente os anos 70, surgida com a moda punk de butique de Vivienne Westwood. Aqui no Brasil, camisetas de bandas sempre existiram, mas linha de roupas, feminina ou masculina, uma "Moda" de fato, só começou no final dos anos 90. Profissionais formados em Moda que trabalham ou são empregados nesse segmento é algo muito mais recente ainda: desta década.


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